Boletim informativo 3
Boas-vindas!
Bora bater um papo sobre os temas em alta na inovação no setor público?
Pode ir pegando o seu cafezinho aí ☕ – a gente te espera – porque o assunto é:
Linguagem Simples.
QUEM GOSTA DE LINGUAGEM SIMPLES BATE FORTE COM A MÃO 👏
(cantou esse clássico da música capixaba aí também, né 🤣)
Aqui no LAB entramos no clima de festa julina (e junina também e qualquer outra festa que tenha canjica, milho cozido e bolo de fubá 🤣) para falar de algo que, diferentemente da comilança junina, nós experimentamos todos os dias: textos com palavras difíceis!
Considerando que, certamente, você já usou essa palavra para iniciar o texto de algum ofício, edital ou documento do dia a dia, para você, termos como “outorga”, “adjudicação” e “impugnar” são fáceis de entender. Mas, você já parou para pensar que outras pessoas podem não saber do que se trata? E que, por isso, prazos podem ser perdidos e serviços podem não alcançar a população que necessita deles?
A chuva de palavras difíceis em nosso cotidiano é tamanha que, recentemente, foi divulgado o resultado de um concurso que elegeu as cinco piores palavras do serviço público! Mas a boa notícia é que existe saída, e ela é bem fácil de entender e explicar, é a técnica de comunicação chamada: Linguagem Simples!
Quer saber mais sobre isso?
Confira o conteúdo que preparamos para você!
Óia a chuva de palavras difíceis…🌧️
É mentira: conheça a Linguagem Simples
A Linguagem Simples é uma técnica de comunicação multidisciplinar, isto é, baseada em várias áreas do conhecimento, que tem como objetivo tornar um texto compreensível para todo e qualquer grupo de pessoas.
E, quando a gente fala "todas", inclui quem tem deficiência visual, motora ou cognitiva, mas também quem tem dificuldades com a linguagem técnica, com a internet ou até com o próprio texto escrito. De acordo com o Instituto de Alfabetismo Funcional (Inaf), em 2024, 25% da população brasileira apresenta um baixo nível de alfabetismo digital
No contexto do serviço público, isso é ainda mais sério. Afinal, sem informações claras, objetivas e acessíveis, muita gente pode deixar de acessar um direito garantido pela Constituição de 1988 . É aí que entra a importância de adotar a Linguagem Simples na nossa comunicação com a população.
Mas como fazer isso na prática? 🎯
A Linguagem Simples segue diretrizes claras de escrita que ajudam a estruturar melhor o conteúdo. Algumas delas são:
- Se colocar no lugar da pessoa que vai receber a mensagem (empatia);
- Usar palavras comuns, frases curtas e diretas;
- Organizar o conteúdo de forma lógica e visualmente acessível;
- Analisar em que tipo de meio a pessoa irá acessar o texto (impresso, digital);
- Destacar as informações mais importantes;
- Pense no objetivo do texto: que tipo de ação a pessoa leitora deve fazer;
- Testar os textos com pessoas, sempre que possível.
Essas diretrizes estão alinhadas a princípios como: foco no usuário, respeito, inclusão, participação social, transparência e eficiência. E você pode conferir todos eles no Guia de Comunicação Cidadã , que foi desenvolvido pelo LAB.ges em parceria com especialistas no assunto.
Mas, não se trata de abolir de vez palavras que precisam de toda a “pompa & circunstância”! Afinal, se até o Claudinho e Bochecha usaram “adjudicar” em uma música, quem é a gente para criticar, não é mesmo? 🤣 A questão é repensar o uso delas em determinados contextos e públicos e, sempre que possível, escolher aquelas que todo mundo pode entender.

Você sabia?
Por que usamos “pessoa servidora pública”?
Você já deve ter reparado que, em nossa comunicação, usamos frequentemente a expressão “pessoa servidora pública”, e isso tem um motivo!

É parte da técnica de Linguagem Simples utilizar termos que não possuam marcadores de gênero (masculino ou feminino) para incluir o maior número de pessoas e identidades possíveis.
Por isso, adicionamos o “pessoas” junto à “servidoras públicas”. Isso quer dizer que a expressão serve para ambos os gêneros e mais outros tipos de identidade.
Então, se você é uma pessoa e trabalha no serviço público, o termo “pessoas servidoras públicas” fala exatamente sobre você!
Ah, lá vem o LAB.ges querendo ser diferentão… Na verdade, não. Essas diretrizes já estão sendo adotadas por inúmeros Órgãos públicos, inclusive no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).
Engrossando o caldo 🍵
Linguagem Simples para além das palavras
As diretrizes de Linguagem Simples também consideram a estrutura de apresentação da informação, ou seja, a forma com que o texto vai se organizar para que a pessoa leitora tenha uma experiência fluida e agradável. Sim, isso lembra algo que já conversamos no #2 Boletim Informativo: a experiência do usuário (UX).
Com foco na usabilidade, a técnica inclui o uso de recursos visuais como imagens e ícones, que possam ajudar na compreensão e gerar mais interesse em um texto. Outro aspecto é o “desenho da fonte”, se o tamanho e tipografia estão adequados para o meio em que o conteúdo será disponibilizado, se o espaçamento entre letras e linhas não gera confusão e se o fundo tem contraste suficiente para que as pessoas consigam ler.
No Guia de Comunicação Cidadã , desenvolvido pelo LAB.ges, há aplicações que simulam esses recursos visuais de acessibilidade (contraste, tipografia e espaçamento entre linhas) que você pode usar à vontade, enquanto se prepara para começar o seu próximo texto.
Todas essas dicas para tornar a comunicação aí do seu setor mais acessível e inclusiva podem ser colocadas em prática aos poucos, em um relatório, depois em um e-mail e mais tarde, quem sabe, até mesmo em um edital.
Esse foi o caso da Fundação de Amparo a Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), que iniciou uma parceria com o LAB.ges para tornar seus editais mais acessíveis a todas as pessoas. A simplificação textual que a Fapes está fazendo com a gente faz parte de um projeto maior: a “Comunicação Cidadã”, uma trilha formativa em Linguagem Simples e Design Acessível.
E, para iniciar as atividades da “Comunicação Cidadã” com a Fapes realizamos, em junho, uma Aula Aberta: Comunicação Cidadã - Linguagem Simples com as especialistas no tema Denise Faria e Júlia Fonseca. E, claro, como sempre, aproveitamos a ocasião para fazermos umas perguntinhas e dicas extras sobre Linguagem Simples no serviço público.
Entrevista com especialista
Experiência do Cidadão no serviço público capixaba.
Durante o nosso bate-papo na Aula Aberta: Comunicação Cidadã, perguntamos para as especialistas quais são os obstáculos hoje para adotar a Linguagem Simples em larga escala no serviço público. Para Julia Fonseca a primeira barreira é romper com os hábitos.
“É muito difícil mudar um hábito de escrita, porque a gente aprende na escola e na faculdade. A gente aprende a escrever de uma forma específica e romper com isso, é muito delicado, mas também é essencial. Faz sentido. E não é de um dia para o outro. Eu acho que a gente tem que estar aberto a linguagem simples, assim como a gente está aberto a tecnologias que facilitam a nossa vida diariamente ” comenta.

No dia a dia do serviço público, em meio a tantos documentos e ofícios, nem sempre é possível trocar uma palavra para tornar o texto mais acessível e inclusivo. Isso porque há esferas de poder em que é necessário uma certa robustez no vocabulário e o uso de termos técnicos. Pensando nisso, questionamos a especialista Denise Faria sobre o que fazer em situações desse tipo.
“O ideal é sempre substituir, mas, quando isso não for possível, o indicado é explicar. A gente pode pensar na diagramação para explicar, colocando uma caixa de texto, explicar no próprio texto ou colocar um glossário ao final, com termos que sejam relevantes e importantes, e explicar para o leitor, para ele entender o porquê daquela palavra” explica.

Uma outra dica de ouro que as especialistas compartilharam foi para os casos em que há dúvidas se uma palavra é familiar para o grupo com quem se fala. Basta procurar pela palavra no navegador que você utiliza e observar o número de resultados que ela aparece, se for elevado significa que é uma palavra comum e é ideal para ser usada.
Mesmo com todas as dicas e diretrizes para tornar os textos mais inclusivos e fáceis de ler, as especialistas ressaltam que só a Linguagem Simples não garante uma acessibilidade. Para elas é preciso que toda a sociedade se envolva nessa causa porque todos sairão beneficiados com isso, principalmente quem trabalha no serviço público.
“Acomunicação com palavras difíceis e complexas diminui a transparência pública e atrapalha a inclusão social. E ,sem o controle social das instituições pela população , a confiança nelas também é reduzida. Além, é claro, de aumentar o tempo de atendimento para tirar dúvidas e a sobrecarga de demandas para serem atendidas. Tudo isso tem um custo, e esse custo volta para a mão do contribuinte” reforçam.
Como você percebeu, melhorar a forma com que nos comunicamos com as pessoas cidadãs capixabas, signfica não somente mais acessibilidade e inclusã, mas também uma economia de recursos, tempo e transparência. E tudo isso tem impacto na percepção das pessoas sobre a qualidade e confiança no serviço que prestamos a elas.
Bora dar um primeiro passo rumo a Linguagem Simples no serviço público capixaba?
Gostou desse blocão de conteúdo?🤪
O que você achou da Linguagem Simples? Responda a este e-mail contando para a gente como foi sua experiência lendo o #3 Boletim Informativo do LAB.ges!
CAIXA DE FERRAMENTAS 🔧
Separamos para você alguns guias e manuais sobre a Linguagem Simples no serviço público:

Guia de Comunicação Cidadã do LAB.ges
O Laboratório de Inovação na Gestão (LAB.ges/Seger) elaborou um gia interativo de Linguagem Simples e Design Acessível. Nele é possível fazer simulações de contraste, tipografia e espaçamento entre letras e linhas para tornar textos mais acessíveis.

Apostila de Linguagem Simples no serviço público
Produzido em parceria com a Prefeitura de São Paulo, este material oferece um conteúdo extenso sobre os usos e diretrizes da Linguagem Simples no serviço público.
POR ONDE ANDA? 🔎
Ainda sobre acessibilidade e inclusão…
Seção nova do Boletim Informativo do LAB.ges na área!
Por aqui, vamos revisitar protótipos de solução desenvolvidos no Ciclo de Soluções em Governo, uma das iniciativas do LAB.ges.
Desta vez, iremos atualizar você sobre o projeto Diversa+ES, desenvolvido pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes). A equipe da Fapes, que participou do Ciclo de Soluções em Governo de 2023, iniciou a formação com o desafio de expandir o acesso de grupos historicamente excluídos a oportunidades de desenvolvimento científico e tecnológico no estado.
E os resultados vieram logo na primeira aplicação de acessibilidade nos editais do Programa de Capacitação de Recursos Humanos na Pós-Graduação (Procap). Foi a partir do projeto que 76 Programas de Pós-Graduação do Espírito Santo instituíram uma política de ações afirmativas, tanto para os cursos de mestrado quanto de doutorado. E as perspectivas para o futuro do Diversa+ES são de ainda mais inclusão.
Uma das pessoas responsáveis pelo projeto, a trainee da Fapes, Fernanda Evangelista, comentou que a expectativa é de que as políticas afirmativas do Diversa+ES serão aplicadas em mais editais, seguindo o planejamento estratégico da instituição. Ela também ressaltou a importância de projetos como esse para a inclusão de grupos historicamente minorizados na carreira acadêmica.
“Quando pensamos na carreira acadêmica, pessoas pertencentes a grupos minorizados sofrem muitas violências ao longo de sua trajetória acadêmica. Então, o Diversa+ES nasce dessa necessidade da Fapes de ter uma posição mais ativa para tentar mudar esse cenário e apoiar cada vez mais pessoas pertencentes a grupos minorizados para que elas consigam ascender dentro da academia ou na inovação”, ressalta.
O Diversa+ES foi desenvolvido no Ciclo de Soluções em Governo, uma das iniciativas do LAB.ges, que está recebendo inscrições para a edição deste ano até o dia 21/07. As equipes podem se inscrever clicando aqui.
HISTÓRIAS DE INOVAÇÃO
Conheça a história de inovação da gerente de Desenvolvimento de Negócios da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Espírito Santo (SEAMA), Cristina Nakamura, e saiba como a inovação trouxe reconhecimento e visibilidade para ela e para as iniciativas em ESG da secretaria.

Conheci o LAB.ges quando fui trainee em inovação da gestão, integrando a equipe do laboratório. Desde então, ele tem sido uma referência e parceiro nas minhas atuações no setor público.
Já atuando na SEAMA, participei do Prêmio Inoves com dois projetos, ambos finalistas. Um deles — voltado ao fomento a negócios de impacto para conservação e restauração de florestas costeiras — apesar de não ter sido vencedor no Inoves, foi, em seguida, inscrito pelo próprio LAB.ges no Prêmio Conexão Inova, onde conquistei o 3º lugar na categoria ESG.
As duas premiações trouxeram visibilidade nacional, mas, sobretudo, reconhecimento dentro da SEAMA, valorizando os servidores públicos que estão engajados em gerar valor público por meio da inovação.
Acredito que a inovação no setor público pode gerar resultados positivos por meio de ferramentas, métodos e reflexões sobre como resolver desafios públicos de forma mais eficiente e com mais impacto. Rompe com o automático e com instrumentos tradicionais, abrindo espaço para soluções cocriadas e mais centradas nas pessoas.
Se você deseja transformar o serviço público,conecte-se ao LAB.ges. É um convite para fazer diferente, com mais propósito e impacto. Minha experiência com o LAB.ges em 4 palavras: Reconhecimento,impacto, conexão e transformação.
👉 Também quer contar a sua história de inovação? Escreva para a gente no e-mail: labges@seger.es.gov.br
ACONTECE NO LAB
O famoso giro de notícias sobre o que estamos fazendo no LAB.ges

Evento marca início da Aceleradora de Iniciativas Públicas 2025
Coordenada pelo Laboratório de Inovação na Gestão da Secretaria de Gestão e Recursos Humanos (LAB.ges/Seger), a iniciativa oferece uma jornada de até 12 meses, com suporte técnico, mentorias, oficinas práticas e capacitações em inovação para as equipes vencedoras do Prêmio Inoves 2024.

LAB.ges e Fapes realizam aula aberta sobre Linguagem Simples na comunicação pública
O evento teve como objetivo apresentar os fundamentos da Linguagem Simples como estratégia para tornar a comunicação pública mais clara, compreensível e acessível à população.
A ação integra o programa Comunicação Cidadã, que busca tornar a linguagem governamental mais acessível e próxima da população em diferentes formatos e contextos, por meio do uso de linguagem simples e design acessível.
VALE A PENA VER DE NOVO
Notícias “requentadas” do universo da inovação no setor público
Senado aprova uso da linguagem simples em órgãos públicos.
O Projeto de Lei (PL) segue agora para a análise na Câmara dos Deputados
O Senado Federal deu um importante passo para a democratização da informação ao aprovar, no início de março, o Projeto de Lei (PL) 6.256/2019. A proposta obriga todos os órgãos públicos do país a adotarem a linguagem simples em sua comunicação com a população. O objetivo é tornar os documentos oficiais dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União, estados, municípios e Distrito Federal mais claros e compreensíveis para todos os cidadãos.
OPORTUNIDADE
Ciclo de Soluções em Governo
O Ciclo é uma jornada prática de formação e mentorias que guia equipes de pessoas servidoras até o caminho da solução de um problema público dentro de trilhas formativas.
🎯 Temas das trilhas formativas:
🌄 Nesta temporada, a expedição do Ciclo se direciona para as trilhas de:
💻 Transformação digital
🌱 Transformação ecológica
🤝 Transformação cultural (ESG)
Podem se inscrever equipes de pessoas servidoras públicas estaduais do Governo do Espírito Santo. Mais informações sobre a formação estão disponíveis no Manual de Inscrição.
As inscrições estão abertas até o dia 21/07 (segunda-feira)!
É hora de dar tchau 👋
Este é o terceiro boletim informativo do Laboratório de Inovação na Gestão (LAB.ges) da Secretaria de Gestão e Recursos Humanos (SEGER).
Por aqui, vamos conversar sobre as últimas notícias do universo da inovação no setor público. Você também vai encontrar uma curadoria de oportunidades, cursos e dicas de ferramentas úteis para o seu dia a dia no trabalho. E, claro, não vão faltar novidades sobre o que andamos fazendo aqui no LAB!
Para que você não perca nada, inscreva seu e-mail no botão abaixo e receba uma vez ao mês nosso boletim.
Ah, pode deixar que a gente não vai lotar sua caixa de e-mail, tá?
Gostou dessa edição?
Quer sugerir algum assunto para abordarmos?
Manda um e-mail para a gente no: labges@seger.es.gov.br
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